domingo, 26 de fevereiro de 2012

Brasil é a casa do Dia do Meio Ambiente

POR João Ricardo Gonçalves


Rio - Além de sediar este ano a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 — o Brasil também foi escohido pela ONU para ser o principal palco do Dia Mundial do Meio Ambiente (WED, na sigla em inglês). Ele será comemorado 5 de junho, cerca de três semanas antes da cúpula.
O anúncio foi feito esta semana, pela ONU. O tema dos debates da data será “Economia Verde: Ela te inclui?”, com o objetivo de encorajar questionamentos sobre o que será necessário nas áreas sociais, econômicas e ambientais para sustentar um mundo de 7 bilhões de pessoas.
Foto: Divulgação

Este ano, o Programa da ONU para o Meio Ambiente quer promover a maior celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente da história, quebrando o recorde do ano passado, quando 112 países registraram mais de quatro mil atividades no site do WED. O novo site do evento, www.unep.org/WED, vai, em breve, informar sobre a programação e dar dicas diárias sobre Economia Verde. A versão em português já está sendo desenvolvida.
O Brasil foi sede do WED em 1992, durante a Rio 92, quando chefes de Estado, líderes mundiais, oficiais de governo e organizações internacionais se encontraram no Rio para a cúpula ambiental que moldou as conferências que ocorrem atualmente.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Gasolina de algas, o combustível verde

Os cientistas estão desenvolvendo sistemas para conseguir biocombustíveis fabricados a partir de óleos vegetais extraídos de diferentes espécies de algas marinhas. O combustível verde chegou. As algas marinhas, espécies de organização muito simples que vivem e realizam sua fotossíntese na água e se alimentam de substâncias inorgânicas, têm cada vez mais aplicações. Não só são utilizadas como alimento, por causa de sua riqueza em vitaminas e minerais, mas também em cosmética, devido a suas propriedades hidratantes, antioxidantes e regeneradoras.


As microalgas englobam cianobactérias e algas eucariotas microscópicas. Por sintetizar e acumular acilgliceróis …


Dentro de alguns anos, os combustíveis ecológicos que colocaremos em nossos veículos realmente poderão levar o rótulo de “verde”: a cor das algas. Já terão dado fruto muitas das pesquisas que estão em andamento no mundo todo, destinadas a utilizar estes vegetais marítimos para produzir diversos combustíveis de origem biológica ou biocombustíveis, como a alternativa aos cada vez mais escassos e caros hidrocarbonetos de origem mineral.

A companhia biotecnológica espanhola Biomar Microbial identificou seis micro-organismos denominados microalgas que, ao serem cultivadas com sais e luz solar e sem sofrer modificação genética, produzem ácidos graxos que originam um biocombustível de uma qualidade similar ao atual óleo diesel.

Segundo explica Antonio Fernández Medarde, executivo-chefe da companhia, "algumas multinacionais líderes do setor petroquímico como a Repsol já avaliam o cultivo destes micro-organismos como uma fonte de energia ecológica alternativa útil para a indústria do motor".

"O biodiesel obtido tem as mesmas aplicações que o atual diesel e sua produção é ilimitada. Além disso, sua utilização não precisa realizar nenhuma mudança na atual tecnologia da indústria do motor", explica Antonio, especialista em biologia celular e patologia molecular.

já Arturo Ayats, vice-presidente da Biomar, destaca que "os biocombustíveis obtidos a partir de cereais podem ser criticados pelos países que precisam deles como fonte de alimentação, enquanto o gasóleo obtido a partir do cultivo de microalgas não traz esta polêmica".

Arturo Ayats, vice-presidente da Biomar.

"O oceano cobre 70% da superfície do planeta e sua diversidade biológica é muito superior à que existe na terra", assinala Arturo, para quem "o cultivo de microalgas como fonte para obter biocombustível é uma revolução no âmbito das energias renováveis com capacidade ilimitada de produção".

Os primeiros testes da Biomar para produzir biodiesel foram realizados em laboratório, e depois este cultivo se transferiu para piscinas de 400 litros nas instalações da empresa.

Energia alternativa

"Obtemos biocombustível ecológico a partir dos óleos que surgem da conversão da biomassa de microalgas, em processo denominado transesterificação", explica Arturo à Agência EFE. A biomassa se define como a "matéria orgânica originada em processo biológico, espontâneo ou provocado, utilizada como fonte de energia".

Segundo o especialista, "os ácidos graxos resultantes dão lugar ao biocombustível de alta qualidade. A produção em grande escala será realizada aumentando a disponibilidade do espaço de cultivo dessas microalgas".

Cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia Ambiental (Icta), associado à Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), na Catalunha, Espanha, conseguiram fabricar biodiesel a partir do cultivo de três espécies de algas marinhas.


O pesquisador Claudio Fuentes Grünewald explicou que este avanço faz parte do biodiesel de "terceira geração", fabricado a partir de óleos vegetais, o que difere do bioetanol, um biocombustível produzido à base de açúcares.

Segundo este engenheiro chileno de pesca e aquicultura do Instituto de Ciências do Mar do Conselhos Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) de Barcelona, - que fez seu teste em condições ambientais e também controladas - "esta nova descoberta permite fabricar biocombustíveis sem depender de potenciais alimentos terrestres, como soja ou óleo de palma, nem utilizar recursos valiosos como a água doce".
As microalgas são cultivadas em grandes piscinas com sais e luz solar e sem sofrer modificação genética.


As três espécies que se revelaram viáveis, escolhidas após comparar seu perfil, taxas de crescimento e produção de biomassa de 12 microalgas diferentes, são comuns na maior parte do globo: dois dinoflagelados (alexandrium e karlodinium) e uma rafidoficea (heterosigma).

O trabalho do pesquisador consistiu em "estressar" as algas para que produzissem mais óleo, aumentando a temperatura, reduzindo os nutrientes e injetando nitrogênio. Ele comprovou que as condições controladas permitem obter uma produtividade mais elevada, já que não se depende das variações climáticas.
“Já se pode produzir biodiesel, mas em termos energéticos e econômicos ainda é inviável, embora esta 'desvantagem' deva ser revertida à medida que o petróleo aumente seu preço no mercado", explicou Claudio, que realizou primeiro seu experimento em um litro de água e depois em um tanque com mil litros.
De acordo com o pesquisador, "ainda há problemas técnicos para separar a biomassa da água, porque se consome muita energia, e de nada serve buscar combustíveis ecológicos se não são eficientes e consumimos mais energia para produzi-los".

As microalgas marinhas pesquisadas por Claudio produzem florações no litoral e mudam a cor da água, crescem em todas as partes do planeta. Cada país litorâneo poderia isolar suas próprias cepas e usar variedades locais que já estão bem adaptadas para produzir seu próprio biodiesel.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Microcamaleão é encontrado em Madagascar


Brookesia micra


Cientistas alemães descobriram uma nova espécie de camaleão que mais parece uma miniatura. A Brookesia micra mede apenas 29 milimetros e foi encontrada pela equipe de pesquisa do Zoológico Staatssammlung, de Munique, na ilha africana de Madagascar. O local possui diferentes de espécies endêmicas de camaleões.

A equipe chefiada pelo Dr Frank Glaw encontrou ainda outras três espécies anãs no norte da ilha, não tão pequenas quanto a Brookesia micra. Uma delas é a Brookesia desperata, que recebeu este nome por causa dos olhos, um em cada extremo da face.

Brookesia Desperata




As menores espécies foram encontradas em uma ilhota de pedra calcaria ao sul de Madagascar, o que teria ocasionado o nanismo. A suspeita é de que os répteis teriam evoluído de acordo com o habitat, assim eles teriam ficado pequenos para sobreviver. "É possível que a grande ilha de Madagascar tenha produzido o grupo geral de camaleões anões e essa ilha muito pequena tenha produzido as espécies menores", disse Frank Glaw em entrevista à BBC Nature.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Desmate de Pantanal, Mata Atlântica e Pampa cai, mas ainda preocupa

Segundo pesquisa oficial, de 2002 a 2009, houve queda na destruição de Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. Devastação da Mata Atlântica no Rio chega a zero. Ocupação desordenada ameaça coração do Pantanal. No Pampa, arroz e eucalipto tomam espaço nativo. Ministra do Meio Ambiente admite que controle precisa melhorar para ajudar a entender desmatamentos
O Brasil conseguiu reduzir o ritmo de desmatamento de Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, especialmente na primeira. Estudo sobre a supressão, entre 2002 e 2009, de vegetação nos três biomas mostra que, em alguns casos, como no da região de Mata Atlântica, o percentual caiu pela metade e, no estado do Rio de Janeiro, chegou a zero.

Mas ainda há motivo de preocupação com o que ocorre no Pantanal, onde a ocupação desordenada, que antes pressionava só o entorno, passou a ameaçar o coração da área, um patrimônio ambiental da humanidade. E no Pampa gaúcho, por causa, sobretudo, do avanço da plantação de arroz e do reflorestamento de eucalipto voltado às indústrias de celulose que se implantaram no Brasil e, em maior número, no Uruguai.

“Há uma redução da dinâmica e da magnitude do desmatamento no Brasil. Agora, temos que aperfeiçoar nossos mecanismos de monitoramento para saber por que o fenômeno ainda ocorre e quais são os vetores de pressão que o justificam”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao divulgar a pesquisa nesta quinta-feira (9).

Segundo ela, apesar da melhoria na precisão, estes estudos ainda não são suficientes para diagnosticar a real situação da ocupação do solo das áreas pesquisadas. E também não apontam se os desmatamentos ocorridos foram autorizados ou não.

O levantamento foi feito com base em mapas gerados por um satélite de alta precisão chamado Landsat, que capta áreas desmatadas superiores a três hectares o equivalente a três campos de futebol).

Na Mata Atlântica, a área total desmatada, que era de 75,62% em 2002, chegou a 75,90% em 2009. A taxa de supressão, que de 2002 a 2008 foi de 0,04%, caiu para 0,02% entre 2008 e 2009, e está concentrada em dois estados, Minas Gerais e Bahia. “Estamos muito próximos da meta de desmatamento zero da área”, comemorou a ministra.

No Pampa, a taxa de supressão, que era de 1,2% de 2002 a 2008, caiu para 0,18% entre 2008 e 2009. Hoje, estão desmatados 54%, dos 177.767 quilômetros quadrados do bioma.
No Pantanal, a devastação acumulada atinge 15%, dos 23.160 quilômetros quadrados do bioma. A taxa de supressão de vegetação, que era de 2,83% de 2002 a 2008, caiu para 0,12% entre 2008 e 2009. O problema é que saiu do entorno e começa a atingir principalmente os municípios de Corumbá (MS) e Cáceres (MT), no centro do bioma.
Panorama global

Os dados captados pela pesquisa se somam a estudos anteriores do ministério sobre os biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga, para traçar um panorama mais completo a respeito do desmatamento geral das matas brasileiras.

O mapeamento mostra que o campeão de devastação é o Cerrado. Nele, a área devastada (7.637 Km2) é maior até mesmo do que a da Amazônia (7.464 Km2). Em percentuais, o ritmo de supressão de vegetação do Cerrado registra 0,37%, contra 0,23% da Caatinga, 0,18% do pampa, 0,17% da Amazônia, 0,12% do Pantanal e 0,02% da Mata Atlântica.

No geral, contudo, o desmatamento da vegetação nativa brasileira vem caindo. Para o secretário de Biodiversidade e Florestas do ministério, Braulio Ferreira de Souza Dias, são vários os fatores que explicam essa redução.

Entre eles, avanços em pesquisas de universidades e centros de excelência em parceria com a Embrapa que proporcionaram ganhos de produtividade na pecuária e que não implicam, necessariamente, aumento de área explorada. E melhoria da tecnologia disponível para monitorar a destruição também ajuda.

“Os avanços na fiscalização, também, contribuíram muito. Hoje temos mais tecnologia para trabalhar. Com mais informações de monitoramento, podemos empreender ações mais eficientes”, afirmou Dias.
(Por Najla Passos, CartaMaior, 09/02/2012)


Acesso em: 11 fev 2012.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Deputados ambientalistas focam esforços para a Rio+20

01/02/2012 11:04


Agência Câmara de Notícias

Deputados ambientalistas focam esforços para a Rio+20
Gustavo Lima
Sarney Filho: receio que crises mundiais prejudiquem a realização da Rio+20.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável vai ser um dos principais nortes dos trabalhos da bancada ambientalista neste primeiro semestre. O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), considera que a Rio+20, marcada para junho, na capital fluminense, pode impulsionar os debates sobre a necessidade de serem estabelecidos novos padrões de produção e de consumo no mundo.

No entanto, Sarney Filho reconhece que o sucesso da cúpula não está garantido. "Nós temos receio realmente de que possa vir a ser um fracasso. Temos as eleições nos EUA e não sabemos se o presidente vai vir; temos a crise econômica europeia; estamos com problema também nos países árabes; então é possível que não seja o sucesso que almejamos. Mas me parece que o governo está se empenhando, e vai se empenhar, e a Dilma vai partir para um corpo a corpo com os chefes de Estado para fazer com que a Rio+20 seja realmente esse grande encontro para discutir os rumos do mundo neste século 21", afirmou.

O deputado lembra que a Frente Ambientalista já promoveu reuniões temáticas em todas as regiões do País para montar uma agenda a ser levada à Rio+20. Em Cuiabá, o debate foi sobre recursos hídricos; em Recife, sobre energia; em São Paulo, cidades sustentáveis; em Manaus, foi a vez de falar sobre biomas; e, em Porto Alegre, o tema foi a segurança alimentar, relacionado à reforma do Código Florestal.

Leonardo Prado
Cherini: Rio+20 pode ser um marco mundial da questão ambiental.
Engajamento do Congresso

Já o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), é mais otimista. Ele acredita que a Rio+20 tem tudo para ser um dos grandes marcos da questão ambiental não só para o Brasil. Por isso, ele considera fundamental um engajamento efetivo do Parlamento e lança uma ideia ousada.

"Desta vez o Parlamento vai participar, porque o Parlamento é a pluralidade da sociedade. Eu inclusive vou sugerir que a Câmara dos Deputados transfira sua sede na Rio+20 para o Rio de Janeiro. Isso é o mínimo que o Parlamento brasileiro tem que fazer com relação à importância da sustentabilidade e da questão ambiental. É a nossa continuidade na Terra que estamos discutindo. É o bem do planeta que estamos projetando", ressaltou.

O foco da Rio+20 será a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, e o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável. Muitos setores criticam a ausência de outros temas considerados fundamentais, como as mudanças climáticas. Uma das estratégias para inserir essas questões será a promoção de eventos paralelos.

O presidente da subcomissão especial Rio+20, deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), considera que o Congresso Nacional precisa ser protagonista no processo. Nesse sentido, Sirkis está organizando um evento para colocar o clima em pauta na semana anterior à do dia 20 de junho, início oficial da Rio+20.

Reportagem – Mônica Montenegro/Rádio Câmara

Edição – Marcos Rossi