quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Árvores também podem sofrer com mudanças climáticas

 Por Mariana Montenegro do Greenvana

Árvores também sofrem com climaQuando falamos de mudanças climáticas, percebemos que a maioria dos seres vivos estão sofrendo ou tendo que se adaptar de alguma forma a esse problema. E nem as árvores escaparam do perigo. Uma pesquisa feita na Universidade de Ulm, na Alemanha, revelou que a seca ocasionada pelas mudanças de temperatura pode causar um colapso no fluxo de água no interior das árvores.

No estudo, publicado na revista científica Nature, foram analisadas 226 árvores. Cerca de 70% delas apresentou dificuldades no funcionamento do xilema, fenômeno causado pela escassez de água que forma bolhas de ar entupindo os canais que a transportam da raiz para as folhas, ocasionando a morte de várias espécies. A descoberta pode ajudar em uma futura solução para salvar esses seres vivos tão importantes para a vida na Terra.

sábado, 24 de novembro de 2012

População de mico-leão-dourado cresce mais de 8 vezes

Por Equipe AE | Estadão Conteúdo

No início dos anos 1990, avistar um mico-leão-dourado na natureza era coisa raríssima. Fãs de calor e terras baixas, os macacos foram fortemente afetados pela perda de seu hábitat na baixada litorânea fluminense. Com apenas 2% de áreas remanescentes de Mata Atlântica naquela região, a população foi reduzida a cerca de 200 indivíduos e a espécie foi considerada criticamente ameaçada de extinção.
Provavelmente o maior símbolo da perda de biodiversidade no Brasil, o mico-leão mobilizou comunidades, cientistas e ambientalistas e, após 20 anos de seu projeto de salvamento, hoje ele vive uma situação um pouco mais confortável. Em 2003, quando passou de pouco mais de mil indivíduos, o animal conseguiu sair da categoria de criticamente ameaçado para a de apenas ameaçado pelo levantamento da União Internacional pela Conservação da Natureza.
Recentemente foram contabilizados 1.700 exemplares vivendo na área de oito municípios fluminenses: Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Cabo Frio, Armação dos Búzios, Saquarema, Rio Bonito e Araruama. É o único lugar no mundo onde o animal vive na natureza. Isso foi possível por causa de uma série de iniciativas que combinaram a reintrodução de indivíduos na natureza, estudos de reprodução e comportamento. Diariamente, voluntários vão à mata checar se há novos filhotes e como os animais estão se relacionando. Foram feitas transferências de indivíduos de um lugar para o outro, além da criação de novos grupos. Tudo para garantir mais variabilidade genética.
Outro esforço tão ou mais importante foi o de recuperar o hábitat do animal. Desde que começaram os trabalhos de salvamento da espécie, a oferta de área para o mico viver cresceu 140%. Atualmente, entre áreas florestais protegidas e corredores interligando esses remanescentes de Mata Atlântica, há cerca de 10 mil hectares. Na comemoração dos 20 anos da Associação Mico-Leão-Dourado, o desafio é aumentar ainda mais essa área onde esses animais vivem para permitir que se atinja uma população viável.
Olimpíada
Segundo Luis Paulo Ferraz, secretário executivo da associação, a meta é alcançar 2 mil indivíduos até 2025. Para isso, porém, é necessário mais que dobrar a área - para 25 mil hectares. Ferraz defende a candidatura do macaquinho a mascote da Olimpíada de 2016, no Rio. "Ele é a cara dos Jogos Olímpicos", brinca Ferraz, na expectativa de que a iniciativa possa angariar mais apoiadores para a proteção da espécie.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Empresas e governo têm de se alinhar pela sustentabilidade

Para ministra do Meio Ambiente, planejamento de longo prazo das empresas passa pelo acesso aos recursos naturais, e por isso estas devem participar da preservação com o governo

 
Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, no Fórum EXAME de Sustentabilidade 2012: negócios e desenvolvimento sustentável não estão em lados opostos da balança.
São Paulo – A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu hoje que o setor privado é imprescindível para a preservação dos recursos naturais do Brasil, com destaque para a água. E que o governo quer alinhar sua visão de negócios com as companhias em relação ao desenvolvimento sustentável. “Tem uma visão conservadora da empresa como usuária dos recursos. E tem uma visão contemporânea da empresa como estratégica para a gestão dos recursos. A primeira visão é de curto prazo. A segunda, de médio e longo prazos”, disse a ministra durante o Fórum EXAME de Sustentabilidade 2012, que debate nesta quarta-feira o futuro da água no país e no mundo.
A ministra reconheceu que a necessária participação do setor produtivo tem de ser acompanhada de mudanças na legislação. “A lei precisa ser repaginada e precisa trazer novos patamares legais de regulação que permitam o engajamento do setor privado”.
Hoje, o envolvimento neste sentido ainda é visto muitas vezes como fardo e peso para a competitividade brasileira.
”O produtor reduz o desmatamento na Amazônia, mas não é recompensado por isso, quando na verdade o licenciamento ambiental deveria assegurar o melhor projeto para você ser mais competitivo”, reconheceu a ministra.
Um dos caminhos para isso, na avaliação dela, será fazer com que o cuidado com a gestão dos recursos naturais seja integrado ao processo de produção.
De acordo com Izabela Teixeira, 70% da água potável brasileira é consumida na agricultura, mas este recurso natural não é contabilizado, enquanto a China, por exemplo, já cobra da Europa créditos de carbono que usa para produzir os itens que exporta ao continente europeu.
“O nosso desafio é mostrar que política ambiental condiciona o desenvolvimento. Não é restrição”, afirmou a ministra.
Acesso em: 07 nov.2012.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Húmus pode ser uma alternativa para tratar solo contaminado

Exame.com
Poluição | 01/11/2012 09:59

Húmus pode ser uma alternativa para tratar solo contaminado

Aplicação de vermicomposto reteve 100% do cobre, do cromo e do chumbo presentes em solos arenosos e argilosos

Valéria Dias, da
Wikimedia Commons
Terra fazendo compostagem com minhocas
Na vermicompostagem, a decomposição de resíduos orgânicos é feita por minhocas
São Paulo - No Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, uma pesquisa realizada pelo químico Leandro Antunes Mendes mostrou que a vermicompostagem é eficaz para remediar solos contaminados por cromo, cobre e chumbo. A vermicompostagem é o processo realizado a partir da decomposição de resíduos orgânicos por minhocas, o que dá origem ao vermicomposto (ou húmus), material comumente utilizado como fertilizante.

O trabalho foi realizado para a dissertação de mestrado Utilização de vermicomposto com vistas à remediação de solos contaminados com cromo, cobre e chumbo, apresentada em 11 de outubro no IQSC. “A adição de 2,5 gramas de vermicomposto em 7,5 gramas de solo foi capaz de reter 100% das espécies metálicas, tanto no solo arenoso como no argiloso, comprovando que o vermicomposto também é eficaz como descontaminante”, diz o pesquisador, que teve a orientação da professora Maria Olimpia de Oliveira Rezende, do Laboratório de Química Ambiental.

Mendes ressalta que os testes foram realizados em laboratório e tiveram o objetivo de testar a eficácia da técnica, e não sua aplicação. O químico lembra que, atualmente, existe uma busca por soluções tecnológicas verdes, que não afetem o meio ambiente, e solos contaminados por metais costumam ser tratados com solventes, material poluente. “Já sabíamos que o vermicomposto apresenta a propriedade de reter metais, então decidimos testar a técnica”, explica.
Os testes mostraram também outra vantagem: com o uso da vermicompostagem, os metais não ficam disponíveis no meio ambiente e não ocorre a lixiviação, processo em que a chuva carrega as substâncias para o lençol freático.
O pesquisador trabalhou com dois tipos de solo: arenoso e argiloso. O uso de cromo foi escolhido por se tratar de um produto muito utilizado em curtumes. Já o cobre e o chumbo, apesar de serem contaminantes, também são essenciais para as plantas, mas em pequenas quantidades.
Os solos utilizados para o estudo (arenoso e argiloso) foram retirados do campus II da USP, em São Carlos, em uma área livre de contaminação. Os testes foram realizados no Laboratório de Química Ambiental do IQSC, coordenado pela professora Maria Olimpia de Oliveira Rezende.
No Laboratório, o pesquisador lixiviou uma solução contendo os metais nos dois tipos de solo. A vermicompostagem usada foi comercial, comprada de uma empresa privada. Apesar de naturalmente o solo argiloso apresentar uma maior capacidade de retenção (quando comparado ao solo arenoso), a proporção de vermicomposto usada foi eficaz para remediar os dois solos, retendo 100% dos metais.
“A partir dos resultados obtidos, podemos sugerir que sejam realizados outros estudos em áreas maiores, bem como pesquisas ligadas a fitotoxicidade, para analisar se os metais chegam a atingir a parte aérea da planta”, sugere. Outra sugestão é verificar se a adição de uma proporção menor de vermicomposto também irá levar a 100% de retenção de metais.