sexta-feira, 12 de abril de 2013

Incêndio recente na reserva ecológica do Taim superou desastre de 2008

No total, 5,6 mil hectares de vegetação foram atingidas pelas chamas.
Vegetação já se recupera e processo deve durar um ano, diz ICMBio

Márcio Luiz

reserva taim; estação ecolópgica; rio grande do sul; incêndio; fogo; taim; rio grande do sul (Foto: Caio Eichenberger)I
ncêndio na reserva do Taim atingiu área total de 5,6 mil hectares (Foto: ICMBio/Divulgação)
Controlado depois de nove dias de trabalho, o incêndio que atingiu recentemente a Estação Ecológica do Taim pode ser considerado o maior desastre da reserva situada no Sul do Rio Grande do Sul. As chamas atingiram uma área total de 5,6 mil hectares, contra os mais de 4 mil hectares de vegetação queimados no incêndio de 2008.
O fogo começou em 26 de março e foi extinto em 3 de abril. O relatório preliminar sobre avaliação dos danos ambientais foi concluído nesta quinta-feira (11) pelo coordenador do Instituto Chico Mendes de Conversação da Biodiversidade (ICMBio), Henrique Ilha. Responsável pela estação, ele sobrevoou a área atingida na quarta-feira (10) a bordo de um helicóptero da Marinha.
“Foram 5,6 mil hectares atingidos, sendo que 3,1 mil ficam dentro da estação e 2,5 mil hectares em uma área que será incorporada futuramente à reserva”, explica Ilha.
A autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente fará um monitoramento dos danos ambientais na reserva, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande (Furg). O trabalho iniciou na terça-feira (9) e deve durar cerca de um ano. Nas primeiras incursões na área atingida, os ambientalistas fizeram constatações positivas.
“A vegetação ainda está viva. Como a área atingida fica no banhado, apenas a parte superior foi queimada. A parte inferior, que fica dentro da água, parece não ter sido muito afetada. A fauna de grande porte, pelas primeiras impressões, saiu da linha de fogo. A de pequeno porte pode ter usado a água para se refugiar ou também ter fugido. Até o momento, não encontramos nenhum animal morto”, diz o chefe do reserva, ressalvando que certamente algumas espécies serão prejudicadas pela destruição do seu habitat.
De acordo com Ilha, a vegetação atingida já dá sinais de crescimento acelerado. A tendência é de que se repita o que ocorreu após o incêndio de 2008, quando a vegetação cresceu cerca de 1,5 metros nos primeiros quatro meses após o incêndio. Com base no relatório dos danos causados pelo último desastre, a expectativa é de que a área atingida se recupere completamente no período de um ano.
Na próxima quinta-feira (18), o conselho da reserva do Taim fará uma reunião extraordinária para analisar os danos causados pelo incêndio e discutir algumas medidas de prevenção e combate a incêndios. Uma delas é possibilidade da construção de uma pista de pousos e decolagens próxima à reserva. Os aviões que ajudaram no combate às chamas, despejando água sobre a área atingida, chegaram atrasados e enfrentaram problemas para dar início aos trabalhos
“Conversamos com uma empresa de reflorestamento para ver essa possibilidade. Isso seria fundamental para que possamos dar uma resposta mais rápida em caso de novos incêndios”, explica Ilha.
Criada por decreto em 1986, a Estação Ecológica do Taim abrange os municípios do Rio Grande e de Santa Vitória do Palmar, em uma faixa de terra localizada entre a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico. É considerada uma das mais importantes reservas do país, em função da grande biodiversidade que abriga. Atualmente, ocupa uma área de quase 11 mil hectares, que devem ser ampliados para 33 mil hectares.
Disponível em:http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/04/incendio-recente-na-reserva-ecologica-do-taim-superou-desastre-de-2008.html
Acesso em: 12 abril 2013.

sábado, 6 de abril de 2013

Um ano para apreciar a Aurora Boreal

Com a renovação do ciclo solar, a experiência no Polo Ártico é ainda mais intensa. Veja a seguir os melhores destinos para quem quer fugir das viagens comuns e se aventurar em busca deste fenômeno natural

Por Naiara Araújo



 
 
As incríveis paisagens formadas pela aurora boreal despertam cada vez mais a curiosidade de viajantes. Quem sempre sonhou com este passeio não pode deixar de aproveitar as luzes e cores previstas para 2013. As tempestades solares observadas no céu das regiões polares ficam mais intensas a cada 11 anos, por causa do ciclo de atividade do Sol, que permite o auge das manchas solares. Segundo pesquisadores, neste ano começa o novo ciclo, que além de deixar o espetáculo natural ainda mais encantador, aumenta as chances de apreciação.

Lucimara Martins, professora do curso de Mestrado em astrofísica da Universidade Cruzeiro do Sul, explica que o que deixa o céu com o aspecto extraordinário é a colisão de partículas eletricamente carregadas com átomos da atmosfera terrestre, ocasionada por ventos solares. Os primeiros registros da aurora boreal foram encontrados em textos astronômicos babilônicos, em 567 antes de Cristo, mas as auroras foram reconhecidas como tempestades geomagnéticas somente em 1859. "As auroras aparecem tanto como um brilho difuso ou como cortinas. E em alguns momentos elas formam arcos estáticos", explica a professora.

Lugares como o norte do Canadá, Alasca, Islândia, Groenlândia, norte da Escandinávia, Sibéria e Noruega normalmente são procurados por serem vizinhos do Polo Ártico, mais propício à visualização do espetáculo luminoso. O fenômeno costuma acontecer nos meses de setembro, outubro, janeiro, fevereiro e março e pode ser melhor observado durante a noite.

Os brasileiros interessados em trocar o colorido do céu tropical pelas fantásticas tonalidades da aurora boreal, já podem contar com agências de viagens nacionais especializadas neste tipo de roteiro. A carioca Geotrip foi a pioneira e desde 2006 leva grupos anualmente para dois destinos no Ártico europeu, Tromso e Longyearbyen. A viagem dura 12 dias e custa cerca de R$ 12 mil por pessoa. No pacote estão inclusas as despesas áreas e terrestres, café da manhã, seguro saúde e acompanhamento de guias brasileiros.

Gastando menos, é possível observar as luzes do norte viajando para o Canadá. A Natural Ecoturismo tem pacote para um passeio com duração de 7 dias, a partir de R$ 6.400, com saídas diárias para a observação da aurora boreal em Vancouver e Whitehorse. Nesta opção, as passagens aéreas, hospedagem, translado, seguro viagem e roupas de inverno estão inclusas. Pela mesma agência é possível organizar roteiros para outros regiões do Ártico Polar.

Guia turístico especializado em aurora boreal, Daniel Japor acompanha brasileiros há sete anos na "caçada" pelas luzes. O fenômeno sofre mudanças ao longo de sua aparição e a cada saída pode-se comtemplar uma combinação de cores diferente. "Presenciar a dança frenética das luzes no céu é algo inesquecível, ainda para uma pessa que já tenha visto dezenas de vezes", afirma o guia. A experiência neste tipo de viagem permite que Daniel afirme que a principal dificuldade encontrada pelos turistas é o frio, já que as temperaturas ficam na média de 8 graus negativos. Mas com os equipamentos necessários, a experiência pode ser inesquecível.