Jornal do Brasil - Ambiental
16/06 às 21h30 - Atualizada em 16/06 às 21h31
Rio de Janeiro - A ex-ministra do Meio
Ambiente Marina Silva disse acreditar que ainda há tempo hábil para um acordo
nas negociações, que garantam o sucesso da Conferência das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Ela participou neste sábado (16) de um
ato organizado pelo Comitê em Defesa das Florestas e Desenvolvimento
Sustentável contra o Código Florestal, na Cúpula dos Povos, que contou com a
presença de diversas lideranças ambientais e representantes do Legislativo.
“O Brasil tem todas as condições de protagonizar um esforço
para que façamos uma avaliação verdadeira do que foi feito ou não. Buscar
mediar, junto com os demais países, que a crise econômica não pode deixar em
segundo plano a crise ambiental. Há tempo, até porque agora a prerrogativa de
fazer essa mediação está entregue ao Brasil. É a grande oportunidade de revisitarmos os
compromissos e corrigirmos os rumos.”
Segundo Marina Silva, o sucesso da conferência está nas mãos
de todos os líderes do planeta, mas o Brasil tem um papel importante."Nós
não podemos tirar responsabilidade deles, mas o país
anfitrião tem uma responsabilidade maior.”
Perguntada se estava otimista ou pessimista com os rumos da
conferência, Marina disse que está persistente. “Cobro que o Brasil continue
sendo o país que lidera pelo exemplo. Nós fizemos isso em Copenhague. O Brasil
constrangeu os que queriam fazer menos podendo fazer mais quando assumiu metas
de redução de dióxido de carbono.”
Sobre o evento que havia participado, contra o Código
Florestal aprovado pelo Congresso Nacional e vetado em parte pela presidenta
Dilma Rousseff, a ex-ministra do governo Lula fez questão de esclarecer que não
se tratava de um ato de oposição política.
“Nós não estamos aqui em uma atitude de oposição. É em uma
atitude de quem tem posição. E a nossa é que o Brasil não pode perder a chance
de continuar avançando na agenda do desenvolvimento sustentável. Não pode mudar
sua legislação em nome do lucro imediato, fazendo tábula rasa dos esforços de
mais de 30 anos de diferentes governos.”
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