domingo, 11 de março de 2012

A Gestão Ambiental como ferramenta científica


Muito se fala hoje sobre as questões que envolvem o Meio Ambiente. São diversas vertentes, afinal, o Meio é difuso. Para falarmos de uma profissão que pode ser muito bem considerada como um dos caminhos para a busca do equilíbrio entre homem e natureza tem que considerar a Gestão Ambiental, não apenas como ‘mais uma forma’ de lidar com o meio, mas sim como uma ferramenta científica efetiva para a busca de soluções para os problemas ambientais.


A maior parte das pessoas ainda não acordou para a importância de mudança do comportamento de consumo, para as questões políticas, econômicas e sociais que acontece dentro do Meio Ambiente. A Gestão Ambiental pode e deve ser aplicada, desde as mais simples tarefas domésticas até as ações antrópicas de maior porte.

Citemos como exemplos, confusões que atrapalham na buscas pelas soluções para muitas situações: é muito comum haver confusão entre a interpretação do que são áreas verdes e do que vem a ser meio ambiente, confusão entre paisagem contemplativa e funcionalidade no paisagismo. Não dá pra separar as coisas, mas temos que avaliar o limiar da divisão entre as questões. Lidar com cada especificidade requer táticas empresariais e de relacionamentos interpessoais, conhecimento técnico e saber lidar com as mais diversas interfaces entre homem-natureza-necessidade de equilíbrio e, certamente um bom Gestor Ambiental deve ser cônscio disso.

Voltando ao exemplo, áreas verdes são necessárias, pois têm sua preciosa importância tanto em sua contribuição e, aí sim podemos dizer tanto contemplativa quanto funcional, provendo oxigênio, sombra, umidade do ar, proteção contra poluição e raios UVA/UVB (no caso de descansarmos debaixo de uma árvore as folhas formam um tipo de proteção do material particulado e filtra os raios solares). Na questão do paisagismo, não apenas deve-se montar um projeto pensando apenas na ‘beleza’ das plantas, mas pensar principalmente no conjunto da obra: usar plantas endêmicas, dar prioridade sempre para as nativas, conforto térmico entre outros artefatos que valorizem a permacultura.

Talvez, pelos aspectos acima descritos, haja ainda muita confusão acerca das verdadeiras mazelas que envolvem o Meio Ambiente e a busca por sua sustentabilidade. Cabe à sociedade como um todo, e isso incluem todo e qualquer cidadã ou cidadão, começar a entender melhor essas diferenças. E, uma dessas diferenças a ser notada é a visualização da Gestão Ambiental como ferramenta científica para a identificação das formas e processos de implantação de ações em prol da mitigação dos danos causados ao meio ambiente.

Esses danos podem ter as mais diversas origens: garimpo clandestino, mineração, extração de petróleo, produção de cosméticos, acidentes com cargas em rodovias, esgoto sem tratamento, excesso de barulho…são os mais diversos e, é aí que a maior parte das pessoas ainda se confunde.

A Gestão Ambiental, apesar de ser uma nova profissão, surge exatamente com essa incumbência: administrar o Meio. Sim. O Meio. A palavra ambiente cabe a todo e qualquer lugar onde o homem esteja independente se ele vai desenvolver atividades de lazer ou empresariais. Sempre haverá o que a Gestão Ambiental possa estudar e apontar soluções para a busca da sustentabilidade, que não deve ser do planeta, mas sim da espécie humana.

Portanto, a Gestão Ambiental não deve ser vista apenas como mais uma categoria de profissão enquadrada pela CBO, ou mais uma que busca sua regulamentação para garantir mercado de trabalho. É muito mais que isso. É uma profissão que prima por conhecimentos embasados na ciência, tendo um olhar transdisciplinar e multidisciplinar com o intuito de valorizar conhecimentos e buscar melhores soluções para todas as questões do nosso Meio Ambiente.

Raquel Moraes

Gestora Ambiental, Perita Judicial em Gestão Ambiental

e Especialista em Sustentabilidade

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