Perda de habitat e pesca
Cavalos-marinhos do litoral do Rio de Janeiro correm risco de extinção
06 de maio de 2013 às 10:20
Criado há dez anos, o Projeto Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro monitora os animais presentes na Ilha Grande; na Praia João Fernandes, em Búzios; e na Praia da Urca, no município do Rio.
Considerados ‘sedentários’ e pouco ativos, os cavalos-marinhos vivem, em média, 4 anos. Eles não têm predador específico, devido aos anéis ósseos que possuem no corpo, o que os torna ‘impalatáveis’. Apesar da aparente vida tranquila, eles estão ameaçados de extinção e correm o risco de desaparecer da costa brasileira.
Os motivos vão desde a pesca, até a crença de que podem curar doenças. “Há pessoas que os pescam para colocar em aquários, pois eles são coloridos. Já os caiçaras acreditam que curam asma”, conta a coordenadora do projeto, a bióloga Natalie Freret.
Outra causa do desaparecimento é a destruição da região costeira para a construção imobiliária, diminuindo possíveis lares dos cavalos-marinhos.
O projeto liderado pela bióloga também atua em escolas, alertando crianças sobre espécies ameaçadas de extinção. “Peço que as pessoas não comprem cavalos-marinhos, porque eles são retirados da natureza e isso prejudica a saúde e o equilíbrio ambiental”, declara, acrescentando que mergulhadores devem evitar pisar em recifes rochosos, já que é neles que o animal vive.
Adote um cavalo-marinho do Rio
Não é preciso explorar o fundo do mar para ajudar um cavalo-marinho. O site Bicharia recebe doações em dinheiro que financiam projetos com animais em perigo. O valor da contribuição varia de R$ 5 a R$ 500 e a quantia vai para o Projeto Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro. Com a verba, os pesquisadores pretendem intensificar a ação em Búzios, fazer campanhas de conscientização com turistas e descobrir informações como período de reprodução e habitat de maior ocorrência.
Animais diferentes despertaram paixão do grupo de cientistas
O campo de atuação do Projeto Cavalos-Marinhos do Rio inclui pesquisas em laboratório, análise comportamental e genética das espécies e aulas de educação ambiental.
A bióloga Natalie Freret disse que optou pelos animais por eles serem diferentes. Ao contrário da maioria dos seres vivos, no caso do cavalo-marinho é o macho que fica ‘grávido’, por exemplo. As fêmeas injetam os óvulos em uma bolsa e lá ocorre a fecundação. A gestação dura 25 dias. Para saber com quantas fêmeas o macho cruzou, pesquisadores coletam e estudam os filhotes.
Sobre a análise populacional, a maior concentração foi encontrada em Búzios, com 13 indivíduos. Em outros locais, a média é de cinco cavalos-marinhos. “A população não é fixa e não encontramos sempre os mesmos”, conta.
Segundo ela, o grupo estuda a relação genética entre os cavalos-marinhos do estado. O objetivo é descobrir se as populações foram formadas isoladamente ou se possuem relação entre si. “Encontramos fluxo genético entre os cavalos-marinhos. Há filhotes levados pela correnteza, que acabam crescendo em outro local e lá se multiplicam”, explica a especialista.
Fonte: O Dia
Disponível em: http://www.anda.jor.br/06/05/2013/cavalos-marinhos-do-litoral-do-rio-de-janeiro-correm-risco-de-extincao
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